segunda-feira, janeiro 28, 2008

Abaixo o Power Point!!!

Este é um desabafo: ultimamente tenho recebido uma tonelada de mensagens com arquivos "powerpoint" anexados. Minha resolução para 2008 é desinstalar o maldito programa Power Point da minha máquina!

Confesso que fico irritada com a impessoalidade destas mensagens, em ser apenas um "CC:" em uma lista de nomes, cujo remetente já nem se lembra direito quais são as pessoas que contém...

Um fato curioso é que enviar PowerPoint é um comportamento tipicamente feminino! Isto, sou eu quem diz, baseada em minha própria experiência. Observei que meus amigos homens nunca mandam e, perguntando por aí, vi que outras pessoas confirmam: não recebem PowerPoint de homens. O que isto quer dizer? As mulheres não estão querendo papo?

Amigas com quem não falo há séculos me escrevem todos os dias, mandando estes arquivos.

O pior: recebo várias vezes o mesmo arquivo, até vindo da mesma pessoa, que já esqueceu que mandou no dia anterior. E se eu e esta pessoa fazemos parte da mesma lista de uma terceira pessoa, daí sim: fica um troca-troca de arquivos iguais de lá prá cá! Muita gente repassa a mensagem sem nem lê-la, ou sem pensar: muita coisa errada ou absurda tem circulado na internet por causa disto. O pior são os "alertas" de "utilidade pública": somos avisados de novos tipos de assalto, de golpes, de doenças incuráveis, de comportamentos perigosos, de novas multas de trânsito, de atrocidades que podem nos acontecer. Mensagens piores do que os noticiários das 8.

Existe um senso de falta de responsabilidade no comportamento na net. É tão fácil se passar um e-mail que a maioria das pessoas não pensa no que está fazendo. Não se dá conta em quantos recursos computacionais, de banda de internet, de máquina, de pessoas, de energia elétrica é gasto se passando mensagens, muitas vezes, inúteis. Já li, há anos, alguém falando que devemos ser ecológicos também na internet, no sentido de se aproveitar os recursos com sabedoria. A virtualidade da net é uma ilusão, na verdade ela é muito concreta. Custa dinheiro e recursos de alguém, sempre. Em geral, o nosso...

Mas o que mais me incomoda é a superficialidade em que as amizades estão se mantendo. Eu quero notícias das pessoas que gosto. Quero falar de mim, quero falar coisas sérias e abobrinhas, quero trocar receitas, quero saber dos filhos, namorados, maridos, pais, gatos e, tá bom: cachorros também! Mas quero falar com minhas amigas, por e-mail! Ou seja, quero me relacionar com as pessoas. Então, minhas amigas que estejam lendo isto: este desabafo é uma declaração de amizade, certo?

Então deixo aqui registrada a minha intenção de nunca mais instalar PowerPoint no meu computador. Para a grande maioria das pessoas, é um programa completamente inútil pois não foi feito prá se andar anexado em e-mail (assim como o Word também não é prá isto!!!) Então, não preciso dele.

Em primeiro lugar porque odeio a Microsoft (a humanidade estaria bem melhor sem a "cultura Microsoft" de se fazer qualquer porcaria, cobrar e depois se ir consertando aos pouquinhos, até a hora de se comprar uma nova porcaria). Em segundo lugar, porque não gosto de porcaria, sou usuária de Macintosh e não preciso da Microsoft prá nada há anos e anos.

Já não leio estas mensagens com arquivos anexos, há algum tempo. Me dei conta de que não preciso, posso simplesmente apagar estas mensagens genéricas sem ler, o remetente nem escreve depois perguntando se gostei ou comentando o porquê de ter me mandado tal assunto (não é estranho?). Daí, comecei a apagar dezenas de mensagens por dia, sem ler. Hoje, me libertei: arranquei o PowerPoint da minha máquina e me senti renovada!

Se todo mundo fizesse o mesmo...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Receita de Croque de Atum com Maionese de Wasabi

Já que estamos batendo-papo, a receita que o Gom colocou me lembrou de uma outra, também deliciosa e surpreendente. (Esta receita é do maravilhoso "Cooking with David Burke". A foto é minha.)



Croque de Atum com Maionese de Wasabi

"Croque" vem do nome do famoso "croque-monsieur" que é um sanduíche de presunto e queijo frito na manteiga até ficar crocante por fora. Esta receita é uma variação do croque-monsieur, mas com um recheio totalmente inusitado e diferente: atum fresco e maionese feita com wasabi!

Você pode fritar os croques e depois cortá-los em 4, obtendo pequenos croques que podem ser servidos como aperitivos.

Ingredientes:

(para 4 sanduíches)

2 colheres, de sopa, de água
2 colheres, de sopa, de wasabi em pó (raiz-forte japonesa)
1 gema de ovo
1/2 xícara de óleo com gengibre (veja abaixo como fazer)
8 fatias de pão branco de sanduíche, sem casca
200 g de atum fresco (lombo de atum) cortado em fatias
sal e pimenta-do-reino
mais óleo com gengibre para fritar

Óleo com gengibre
1/2 de xícara de gengibre ralado
1 e 1/2 xícara de óleo de oliva (não use o virgem nem o extra-virgem pois não são apropriados para fritura e têm sabor muito marcante)
sal e pimenta-do-reino

Preparo:

Óleo com gengibre:
Misture o gengibre, óleo e temperos. Leve ao fogo em uma panelinha e deixe ferver em fogo baixo por 5 minutos. Deixe esfriar completamente antes de preparar a maionese.

Croque:
Em uma pequena tigela, misture o pó de wasabi com a água. Junte a gema de ovo e bata bem, com um batedor de arame. Aos poucos, misture a 1/2 xícara de óleo com gengibre, até obter uma maionese.

Espalhe a maionese de wasabi nas fatias de pão.

Coloque as fatias de atum sobre as fatias de pão. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Cubra cada sanduíche com outra fatia de pão, obtendo 8 sanduíches.

Em uma frigideira não-aderente, aqueça o restante do óleo de gengibre preparado. Doure os sanduíches, por 2 ou 3 minutos de cada lado (virando apenas uma vez). Não cozinhe demais. O atum deve ficar mal-cozido ou até cru no centro.

Remova os sanduíches usando uma espátula e escorra-os em papel-toalha. Sirva imediatamente.

domingo, janeiro 20, 2008

Mozzarella na Carrozza

Se gastronomia é mais do que sabores e aromas, também uma arte para encher os olhos, nada mais natural que reservar um lugar especial para Nigella Lawson, a coisa mais bonita que surgiu na culinária nas últimas décadas. Pois minha última experiência na cozinha foi experimentando uma receita que vi em um de seus livros, Nigella Bites. Poucas coisas podem ser tão simples, mas ao mesmo tempo, ao menos para mim, tão delicadas de se preparar. Como fazer para o resultado final não parecer uma esponja que passou a noite em uma piscina com óleo?

Mais simples, impossível: algumas fatias de pão branco, mozzarella, um ou dois ovos batidos com sal e pimenta, leite e farinha de trigo. Monte sanduíches com generosas porções de mozzarella tendo o cuidado de manter o queijo no centro. Mergulhe rapidamente o sanduíche no leite, procurando apertar as bordas, fazendo com que a massa do pão envolva a mozzarella. Um mergulho na farinha, outro no ovo batido e daí direto para a frigideira. Quando se formar aquela bonita crosta dourada, providenciar uma rápida passada pelo papel toalha antes de servir. A carrozza para a foto é aquela em que a mozzarella está tentando escapar.

Onde está a ciência da coisa? Em deixar as carrozzas o mais secas possível. Há três fatores importantes, a meu ver: 1) O leite no pão. Eterna rivalidade, água e óleo não se misturam. Onde um está, o outro não vai. 2) A crosta de farinha e ovo que, em tese, deveria rapidamente blindar o sanduíche da pegajosa maré invasora. 3) E, finalmente, como sempre, a temperatura do óleo. Mas neste caso desconfio que não seja tão determinante, como é quando se frita batatas palito imersas ou pastéis. Não acho aconselhável mergulhar os sanduíches, por isso óleo só o suficiente para cobrir o fundo da frigideira. Se estiver quente demais, além disso, haverá problemas quando aquela massa cheia de líquidos for mergulhada. Tem faxineira no dia seguinte?

Minhas carrozzas ficaram leves, não obstante todos os meus receios. Usei óleo de canola e não azeite de oliva, como sugerido pela Nigella. O da marca Purilev parece o quarto estado da água, quase insípido.

Fácil inventar sobre o tema. Um pedacinho de presunto de parma, outros queijos... Quem sabe um pedacinho de tomate? Acompanhou um chadornaay chileno "de supermercado". Por que um chadornaay? Para os que possam imaginar que tenho um lado Renato Machado, é bom dizer logo que com o calor do verão aqui de Porto Alegre só dá para se beber algo que possa estar muito gelado. Acho que o ideal para acompanhar estas carrozzas é uma cerveja quase congelando.

Abraços!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Ainda sobre limão salgado

Uma chef me perguntou se os limões sicilianos são "aqueles amarelos". São sim. Amarelos e maiores que os tipo taiti.
Para quem ficou curioso com o carpaccio de shitake, nada como conferir com o próprio mestre:

http://www.claudetroisgros.com.br/receitas.htm

Carpaccio de shitake com um ingrediente novo

Olá para todos!
Chef? Não! Assador no máximo. Generosidade da Clarissa, ela sim, candidata ao título.
Trocadas as gentilezas, resolvi fazer esta minha primeira postagem para comentar sobre um ingrediente que achei interessantíssimo, muito diferente mesmo. Foi apresentado pelo Claude Troisgros no programa Menu Confiança, do GNT. Todos devem conhecer, é aquele em que um divertido e renomado chef apresenta receitas sofisticadas e em que agente paga um pedágio, tendo que ouvir o "enochato" Renato Machado. Pois bem, o ingrediente diferente do carpaccio de shitake que o Troisgros apresentou é limão siciliano salgado. Os limões são cortados em quatro meridianos e misturado com uma grande quantidade de sal fino. Em seguida, a mistura vai para um vidro com tampa onde deve descansar por pelo menos um mês. No programa, ele abriu um vidro com limões de três meses. Com uma faca bem afiada, livrou a casca da polpa e lavou bem. A casca, cortata em tirinhas bem fininhas, fez parte do tempero do carpaccio.
Ainda não consigo imaginar o sabor deste limão salgado. Segundo o Claude, o cheiro é fantástico. Pra descobrir, vou ter que esperar um mês, pelo menos.
Abraços,
Gom.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Receita de Massa para Pizza - a definitiva!

Estamos com chef novo na cozinha: o Gom! Finalmente, resolveu aparecer e parar de só comer, e ficar prá conversar, dar palpite e esculhembar com as minhas receitas, hehe... Sejas muito bem-vindo!!! Em tua homenagem, resolvi colocar esta receita, prá que a Carol coma pizzas mais gostosas LOGO!

Já postei aqui uma receita de massa para pizza. Esta, agora, é a versão revisada e melhorada daquela receita. Muito fácil de fazer! E fácil de manusear.

Receita de Massa para Pizza

Ingredientes:
(para 2 pizzas grossas ou 3 finas)

500 g de farinha de trigo tradicional (não a especial), mais um bocado para o manuseio da massa
1 pacote de fermento biológico instantâneo (10 g)
250 ml de água morna
1 e 1/2 colher, de sopa, de açúcar
1 colher, de chá, de sal
2 colheres, de sopa, de óleo
um pouco de óleo para untar a tigela

Preparo:

No processador de alimentos: em velocidade baixa, misturar os ingredientes em pó. A seguir, com o motor ainda girando acrescentar aos poucos a água morna misturada com o óleo. A massa deverá formar uma bola macia e não deve estar grudenta ao toque. Pode ser necessário acrescentar um pouquinho mais de água para se obter o ponto correto.

Retirar a bola de massa do processador e colocar em uma tigela levemente untada com óleo. Cobrir com um pano úmido e deixar em um local quente - por exemplo o forno desligado e ligeiramente pré-aquecido (cuidado para não aquecer demais, deve estar morno, uma temperatura suportável para a mão colocada dentro do forno). O pano úmido é importante para que a massa não resseque na superfície, devido ao calor, e forme pequenas crostas endurecidas.

Deixar crescer por 1 a 2 horas. Pode se deixar mais tempo, se desejar. Depois de 1 hora, sovar um pouco para misturar bem os gases já formados pela fermentação e deixar repousar o resto do tempo de crescimento.

Retirar a massa crescida da tigela. Não sovar mais, dividir em 2 ou 3 bolas. Em uma superfície enfarinhada, abrir as 2 ou 3 bolas em círculos. Não acrescentar muita farinha - a massa ficará pesada! Colocar em formas de pizza, pré-polvilhadas com um pouco de farinha para não grudar. Assar em forno médio-alto (200 graus) por 10 minutos. Colocar a cobertura e gratinar por 10 minutos para derreter o queijo, ou até o ponto desejado.

Pronto, é a massa perfeita.